A muhler attravés da pintura
Porque as mulheres eram gordas nas pinturas do Renascimento?
Primeiro de tudo, nem todos as figuras do sexo feminino eram "gordas". Muitos artistas dá época também tinha um ideal mais elegante, e também há pinturas que demonstram que havia muitas mulheres magras durante o período, embora seja verdade que a nossa obsessão com a magreza é principalmente de origem moderna.
Em segundo lugar, ter carne em "abundância" é mais interessante para a pintura, porque oferece mais espaço para o virtuosismo artístico, para exames de textura, luz, sombra e tridimensionalidade. Esta é certamente uma explicação para a preferência de Rubens por mulheres grandes em suas pinturas, já que nenhuma das suas esposas era tão grande quanto as mulheres em seus quadros.
A pintura romana chegou até nós graças a um terrível acontecimento: as cidades de veraneio Pompéia e Herculano ficaram por muitos séculos soterradas sob as lavas de um vulcão. Só no século XVIII é que foram descobertas as ruínas das duas cidades que guardavam, pelas lavas ressecadas, grandes exemplos da pintura romana. A arte de Pompéia guardou um caráter misterioso e particular por estar ligada a uma série de ritual que só as mulheres tinham acesso. Através dessas obras encontradas é possível imaginar como seriam as pinturas gregas e dos povos sob sua influência que se perderam no tempo e não pudemos conhecer. Embora mais realista, suas figuras são mais pesadas, as mulheres mais volumosas e menos preocupadas com os deuses.
Barroco – O rapto das filhas de Leucipo séc. XVII - Rubens
Aqui as mulheres são loiras, gordas e sensuais, aparecendo entre espirais e arabescos. Pintura explosiva, sensual que fala ao sentido com suas figuras tão distantes das imagens sagradas de Bizâncio. E das formas do Românico. Os nus de Rubens são exuberantes.
Les 3 grâces de Rubens
Os nus de Renoir
Ao longo do século XX tivemos que, pelos anos 20 deviam ser magras; pelos anos 30, 40 melhor recheadas de formas; nos anos 50 a gloriosa Marilyn Monroe ditou lei, e a partir dos anos 60 começou a violência sob a silhueta feminina com a famosa Twiggy, conduzindo aos fenómenos de anorexia real ou aparente, que nos nossos dias ainda reinam, mesmo que uma figura à Zetta-Jones faça qualquer homem delirar em detrimento de uma ternurenta pele e osso.
Provavelmente com razão, há quem diga que são apenas os ditadores de moda, quando não gostam de mulheres, quem, usando a poderosa maquina de propaganda dos nossos dias, condiciona o gosto a estes despautérios.
Ainda que tenha sido adolescente nos anos 60, vibrei e vibro com a visão de uma mulher em quem as curvas estão no lugar certo, desenhando o corpo no caminho da fecundação. Formas de violoncelo chamou-lhe Man Ray a pretexto da famosa foto de Kiki de Montparnasse, de costas, e que anda pelo blog, algures.
O pintor Pierre-Auguste Renoir 1841-1919), amante dos prazeres da vida, durante mais de 40 anos, entre meados da década de 70 do século XIX e a primeira década do século XX, pintou jovens mulheres gordas, nuas. Colocou-as frequentemente frescas, na saída do banho, em atitude de naturalidade e perfeita satisfação com a imensidão do corpo que possuíam.